DITO

 Più O Meno

Più vivi e meno sai
Più spendi e meno hai.
Più o meno, sei qui.
In lista anche tu...
Chissà se uscirà, il tuo terno.
Chissà!
Più o meno umanità
Più o meno libertà.
Chi vola, e chi no
Chi vorrebbe... e non può
Più o meno sinceri
Futuri robots
No! Mentirsi, no!
Ferirsi, no! Tradirsi, no!
Se poi, scopri che, il male tuo,
È dentro di te
Se potessi chiamare amore,
La rabbia, che ho dentro me
Potessi ricominciare,
Ricomincerei con te
Ricominciamo!
Ricominciamo!
Ho un'anima in più
Più vera, di più...
Se resti con me,
Tornerò ad essere un re!
Ricominciamo!
No! Fermarsi, no!
Fuggire, no!
Perdersi, no!
Se oscurassimo i sentimenti,
Sarebbe notte, e poi...
Pianeti spenti
Stelle cadenti, noi!
Fa che non sia così!

Mais Ou Menos

Mais vives e menos sabes
Mais gastas e menos tens.
Mais ou menos, estás aqui.
Na lista também (tu)...
Quem sabe se saíra, a tua sorte.
Quem sabe!
Mais ou menos humanidade
Mais ou menos liberdade.
Que voa, e que não
Que queria...e não pode
Mais ou menos sinceros
Futuros robôs
Não! Mentir-se, não!
Ferir-se, não! Trair-se, não!
Se podes, descobre que, o teu mal,
está dentro de você
Se pudesse chamar amor,
a raiva, que tenho dentro de mim
Pudesse recomeçar,
recomeçaria com você
Recomeçamos!
Recomeçamos!
Tenho uma alma a mais
Mais verdadeira, de mais...
Se fica comigo,
tornarei de ser um rei!
Recomeçamos!
Não! Parar, não!
Fugir, não!
Perder-se, não!
Se ocultássemos os sentimentos,
seria noite, e depois...
Planetas apagados
Estrelas cadentes, nós!
Faça que não seja assim!

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25/07/2011

 De  Arte e Psicanálise (Álbuns) http://www.facebook.com/media/set/?set=a.234242759943485.64466.121805077853921&type=1

 

"Para Lucian Freud ( 1922- 2011), a obra de arte era realizada por meio da sublimação 'o desvio das forças pulsionais para objetivos novos.' ”

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Mundo grande


Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.


Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.


Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,
as diferentes dores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem... sem que ele estale.


Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma, não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! Vai inundando tudo...
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos – voltarão?


Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro
como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo
desaprendi a linguagem
com que homens se comunicam.)


Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.


Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar,
ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.


Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,
entre o fogo e o amor.


Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
– Ó vida futura! Nós te criaremos.


(Carlos Drummond de Andrade)

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Narciso e Narciso de F. Gullar

O espelho
embaciado,
já Narciso em Narciso não se mira:
se torturam
se ferem
não se largam 

que o inferno de Narciso
é ver que o admiravam de mentira.
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18/12/2010

Poema à boca fechada 


Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.
Palavras consumidas se acumulam,

Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.
Não direi:

Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.
Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,

Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.
Só direi,

Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.
(Jose Saramago In OS POEMAS POSSÍVEIS,


Editorial CAMINHO, Lisboa, 1981. 3ª edição)
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 Como se dissesse sobre uma pintura, em Wikipédia sobre Brahms:


"O diálogo entre os solistas no movimento lento é um dos pontos altos de toda a produção brahmsiniana, e vale como um resumo de sua obra: os mais complexos e contraditórios sentimentos são aqui pintados em delicados meios-tons.
Como bem disse Romain Goldron, 'nada é deixado ao acaso nessas páginas onde reinam as penumbras, os meios-tons, os mistérios da floresta, na qual, a todo instante, parece que vamos nos perder'".

(disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Brahms, em 19 SET 2010, 20:11)

 

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30/08/2009

 

Conselhos de Louise Bourgeois

"Falando daquele que considero ser o verdadeiro ponto de vista de um artista do século XX, contudo, eu deveria dizer isto: renuncie à sua experiência, evite-a. Uma nota prática: (1) trabalhe em preto-e-branco, formas e valores; (2) em cores, pinte apenas fragmentos de cor, e expulse o preto e o branco de sua paleta. A luz será o ocre quente, e a sombra será o azul, sem forçar o desenho.
"O que há muito tempo tem me aborrecido é minha dificuldade de trabalhar. 
Toda vez que pego um pincel, este provoca uma tempestade interna.

Parece que quanto mais aprendo e minha sensibilidade se afirma, mais minha inspiração desaparece.

Quanto mais tenho a dizer, menos consigo falar."


Bourgeois, Louise/Marie-Laure Bernadac/Hans-Ulrich Obrist - Destruição do pai, reconstrução do pai - São Paulo, Cosac & Naify, 2000

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350px-Spacetime_curvatureIlustração da curvatura do Espaço-tempo.

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16/05/2010

Cortar o Tempo - Carlos Drumond de Andrade
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
A que se deu o nome de ano,
Foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança
Fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano
Se cansar e entregar os pontos.

Aí entra o milagre da renovação e tudo começou outra vez
Com outro número e outra vontade de acreditar
Que daqui para adiante vai ser diferente...

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